DIOGO MIRANDA… aos olhos de Mia D’Aguiar
Erotica#2
Spring Summer 2012
Os céus crivaram-se de negro a cada passagem doce de um branco Champagne, na comemoração de um ser. Uma mulher que é detentora de toda a crucial consciência de quem é e do que será o seu percurso: etéreo na fisicalidade das intenções, eterno nas noções sensoriais de sempre!
O solo crivava-se de uma mesma espuma de festa, suave, envolvente, a cada passo desta alma dócil mas feroz que envergava nas suas vestes todo o poder da vitória na simplicidade de apenas ser… aquilo que é!
Assim se deu o desfile de Diogo Miranda, envolto numa mística de poder que não cria atrito. Absorvida sem esforço, esta colecção voa pela simbiose com a natureza morfológica da mulher, respeitada e exultada em peças fluidas, que casavam com detalhes, cuja tónica continha nuances mais rígidas, criando a esta mulher um casamento feliz em tudo o que lhe envolvia o corpo!
Flashes de fotos com um bit erótico-dissimulado, passeavam-se na passerelle em modelos de sublimação á força feminina, um elogio á sensualidade de mulher! 1000 Polaroids de cores e finas sobreposições, tanto cromáticas, como materiais e de cortes diametralmente opostos que fluíam no desvanecer dos tempos, sem criar qualquer estranheza.
Viajei no coral e no rosa acidulado e retirei dele a brandura das coisas dóceis e adicionei umas gotinhas de toranja… senti-me na mais completa bruma que me acolhe quando fujo de mim e me faz regressar. O dourado embrulhou-me num brilho que me levou ao passado, cruzando o presente, pressenti e sei do futuro… Uma névoa de luz acusou o negro, principalmente pelos flashes contrastantes, de coordenado em coordenado, com o amarelo que lhe conferia corpo como uma noite escura que recebe o sol!
“O natural exímio” – assim descreveria este trabalho com “layouts” que nos levam a sonhar com a realidade, num elogio ao erótico glamouroso, com luxo em ponto rebuçado!
Uma colecção que faz da mulher que a vista, simplesmente o que ela é mas em formato sublimado!
E porque até aqui nada me fez sonhar de pés assentes na terra com aquilo que sou… É de envergar a flute, sem agitar o Champagne … Congrats DM.
Mia D’Aguiar 2011
Edit by mia d'aguiar & marcosfonseca